Ryszard Kapuscinsky, mestre do jornalismo contemporâneo acredita que a profissão do jornalista mudou completamente. Além disso, declara que a publicidade tem influenciado muito nas grandes cadeias de informação. “Assistimos as grandes lutas pelo controle dos media, que puseram em cena multinacionais que tinham percebido que a informação não era apenas um instrumento de propaganda, mas que poderia produzir lucro”. Já Ricardo Capriotti, jornalista, acha que a publicidade e os interesses dos grandes empresários donos das redes de mídia não interfere para que o jornalista seja sério em suas informações dadas.
Ignacio Ramonet declara no livro “A tirania da comunicação” que estamos no fim do monopólio jornalístico. Novas profissões voltadas a area de comunicação, como relações públicas, e a tecnologia tornam possível qualquer pessoa produzir e veicular uma noticia com grande facilidade. A jornalista e assessora de imprensa, Patricia Spínola, acredita que tem espaço para todas as profissões, mas que se sente profundamente incomodada com as pessoas que não tem formação alguma e saem produzindo noticias.
O jornalista não virou mais do que um simples operário. Resignado a produzir noticias em massa, muitas vezes sem a apuração dos fatos acaba por derrubar seu meio de comunicação. Caimos na questão da credibilidade com os cidadãos, os receptores das informações. Grandes cadeias de noticias abrem espaços para que seus telespectadores possam opinar, deixando assim a preocupação com a veracidade e a importância da opinião de quem os assiste, ouve ou lê.
Mas afinal, qual a verdadeira especialidade de um jornalista? Vimos que hoje, o jornalismo esta se tornando cada vez mais focado para o serviço. Talvez esse termo não seja o mais correto de ser usado. Dá-se muito mais importância a especulações e situações vividas por celebridades do que a uma noticia com seriedade e realmente de interesse geral. A imprensa people vem crescendo, tomando o espaço de fatos de relevância.
Outro fator que chama bastante atenção no jornalismo é o chamado sensacionalismo. Apelando para a hiper-emoção, os meios, principalmente a televisão acredita que, se há emoção, há verdade. Michael Born, condenado a quatro anos de prisão por forjar documentários acredita que grande parte da culpa do sensacionalismo e da mentira são das redações e de todo o resto do sistema de informação, que empurra os jornalistas a exageros por causa da concorrência e da urgência de audiência.
Informação e comunicação se confundem. Jornalistas acham que somente eles produzem informações. “Jornalistas repetem-se, imitam-se, copiam-se, correspondem-se e enredam-se a ponto de constituírem apenas um sistema de informação”. Por essa visão de Ignacio Ramonet podemos concluir que, apesar da tentativa frenética dos meios de se diferenciarem, ao final, todos serão iguais.
Por Tamires Trovo
Um comentário:
Pessoal do Contando Histórias,
Vocês caminharam em sintonia com o Módulo, o conteúdo é pertinente, exploram as ferramentas do blog. O visual está adequado também.
Gostei muito da primeira postagem, do esforço pra mostrar o início da imprensa. Bacana também a idéia de sempre fazer uma entrevista, conforme o assunto. Isso é um bom treino pra vocês.
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