domingo, 7 de junho de 2009




Ignacio Ramonet nasceu em redondela,na Espanha em 1943. É doutor em semiologia pela École des hautes études en sciences sociales de Paris. Professor de Teoria da Comunicação da Universidade Denis Diderot (Paris VII) e professor associado das Universidades de São Petersburgo e Carlos III, em Madri, lecionou também nas universidades de Buenos Aires, Valência, Cuba, Porto Rico, Santo Domingo. É doutor honoris causa da Universidade de Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha.
Escreveu vários livros sobre geopolítica e crítica da comunicação, dos quas podmos destacar "A tirania da comunicação", livro no qual destaca o papel da mídia em relação às publicações de noticias e sobre o enfoque que ela dá a cada uma.
Nesse livro o autor retrata bem a questão da verdade midiática. A verdade midiática é uma verdade "criada" pelos meios de comunicação,de forma que a favoreça
ou que sirva como um paravento, ou seja um evento serve para esconder outro; a informação oculta a informação.
Ramonet em seu livro descreve:
"A verdade estaria na realidade do corpo virtual que vejo morrer na tela ou na materialidade das lágrimas que esta visão provoca em mim. Em
todo caso, a ambiguidade é bem real: facilmente se pensa doravante que, como as lágrimas são verdadeiras, o acontecimento que lhes dá origem também é. E esta confusão criada pela emoção è tão incontrolável quanto a propria emoção.
Esta retórica conferiu à televisão um papel piloto em matéria de informação, graças a seu monopólio sobre a imagem animada, obrigando os outros meios de comunicação a imitá-la ou a deixar-se distanciar e, seja como for, a determinar-se em relação a ela.
No nosso ambiente intelectual, averdade que conta é a verdade midiática. Qual é essa verdade?
Se, a propósito de um acontecimento, a imprensa, a rádio e a televisão dizem que alguma coisa é verdadeira, será estabelecido que aquilo é verdadeiro. Mesmo que seja falso. Porque a partir de agora é verdadeiro o que o conjunto da mídia acredita como tal.
Ora, o único meio de que dispõe um cidadão para verificar se uma informação é verdadeira é confrontar os discursos dos diferentes meios de comunicação. Então, se todos afirmam a mesma coisa, nãoresta mais do que admitir esse discurso único..."
Ao longo do livro Ignacio faz criticas contra a televisão que publica apenas noticias que a favoreça sem se preocupar com a informação que naqule momento se faz mais necessária para a sociedade. No início do livro o autor conta a história da morte da princesa Diana e do caso Clinton- Lewinsky e de como a imprensa abordou cada um desses casos. Ele descreve o seguinte:
" A morte de lady Diana e de seu amante Dodi Al-Fayed, por acidente de carro, em Paris, no dia 31 de agosto de 1997, deu lugar ao mais fenomenal desencadeamento informacional da história recente da mídia. Impresa escrita- cotidiana e periódica-, rádio e televisão consagram a este evento mais lugar do que a qualquer outro referente a uma pessoa física em toda a história dos meios de comunicação de massa."
Ignacio Ramonet ainda fala que os cidadãos esperam que a mídia seja tão critica dela mesma quanto as outras profissões ou qualquer outro meio de vida nacional.


Por Maira Brandão

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